Além de causar irritação e ardor, pode levar a dor de cabeça, mal-estar e pouca produção de lágrima


É assim na vida moderna. Milhões de pessoas no mundo passam o dia inteiro trabalhando em frente ao computador. O smartphone é usado para trocar mensagens, consultar e-mails e acessar a internet. Em casa, dedicamos um bom tempo à televisão e o tablet ainda serve para ler um livro. Já parou para calcular quantas horas você passa de frente para uma tela? O hábito aparentemente inofensivo pode se tornar um inimigo da saúde ocular. Os olhos precisam trabalhar em dobro, enquanto o número de piscadas diminui, levando ao que se chama síndrome da visão de computador (CVS, sigla em inglês). Irritação, ardência e vermelhidão nos olhos, além de sonolência, dor de cabeça, mal-estar e cansaço, estão entre os sintomas do problema, comum em uma sociedade tecnológica.

Ao permanecer horas seguidas em frente a uma tela, é comum esquecer um ato involuntário fundamental para a saúde ocular. "Piscar é necessário para renovar a lágrima, que tem duas funções básicas: proteção e lubrificação. Ela contém substâncias antibacterianas que defendem os olhos de agressão externa e age para umedecê-los, protegendo a córnea", explica o oftalmologista Elisabeto Ribeiro Gonçalves, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia em Minas Gerais e chefe do Departamento de Retina e Vítreo do Instituto de Olhos de Belo Horizonte. O certo é piscar em torno de 16 vezes por minuto, mas, quando a atenção está focada na tela, o número pode ser quatro vezes menor. Com a redução da quantidade de lágrima, o líquido evapora mais rapidamente e os olhos começam a ficar ressecados, causando o desconforto característico da CVS.

 Quando essa frequência cai, aumenta o tempo de contato do olho com o ambiente, o que é perigoso para a saúde. Isso porque, a cada vez que as pálpebras abrem e fecham, a lágrima forma uma película protetora sobre o olho. Exposto ao ar por mais de dez segundos, quando não se pisca adequadamente, esse filme resseca e sofre rachaduras, deixando partes do olhos sem proteção.
— Sem a lágrima protegendo e nutrindo os olhos, podem surgir úlceras na córnea e feridas na conjuntiva. Ainda há risco de esses problemas evoluírem para lesões mais sérias, como infecção de córnea, conjuntivite e ceratoconjuntivite (inflamação que afeta a conjuntiva e a córnea ao mesmo tempo.






Leia também :