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Rombo deixado pelo governo Dilma se aproxima dos R$ 150 bilhões

A renegociação da dívida dos estados é mais pressão sobre o Governo Federal. O rombo deixado pelo governo Dilma se aproxima de R$ 150 bilhões. A nova equipe assumiu com a missão de pôr as contas em dia. Mas precisa antes descobrir o tamanho exato desse rombo.
Essa avaliação já começou a ser feita pela equipe econômica. Uma das preocupações imediatas é com a votação do Orçamento na semana que vem e com a meta fiscal. Outra é ter um raio-x das contas para tomar medidas que façam o país voltar a crescer.
É um cenário de muitos desafios: indústria quase parada, comércio fechando as portas e desemprego que passou de 10%.
Com a recessão, o governo arrecada menos impostos e tem pouco dinheiro para investir.
Que respostas a nova equipe econômica tem de dar para começar reverter esse quadro? Para o economista e professor da Universidade de Brasília José Carlos Oliveira, uma das prioridades é saber o tamanho exato do rombo nas contas públicas, que o Congresso estima em mais de R$ 140 bilhões este ano.
“Em primeiro lugar, é preciso que a gente saiba a dimensão disso, a profundidade para ter um dado real que possa ser transmitido com credibilidade e confiança para a sociedade. Ela precisa saber do tamanho do buraco, isso gera credibilidade, gera confiança, isso é fundamental no momento presente para que os agentes econômicos, e a sociedade como um todo, possam entender que nós temos um caminho diferente e que nós temos confiança nele”, avaliou o economista da UNB, José Carlos Oliveira.
O economista Roberto Padovani diz que o governo precisa mostrar comprometimento para baixar a inflação para o centro da meta, 4,5% ao ano.
“Quando você não mostra um compromisso claro com o centro da meta, você está incentivando os agentes de modo geral a reajustar preços, reajustar preços implica em inflação, inflação alta tanto reduz o poder de consumo da população, quanto cria um ambiente de incertezas e acaba inibindo investimentos e crescimento econômico”, disse o economista do banco Votorantim, Roberto Padovani.
Estima-se que o déficit da Previdência deve passar de R$ 130 bilhões este ano.
Especialistas dizem que não dá para estancar essa sangria sem fazer uma mudança nas regras atuais da aposentadoria e que, se isso não for feito, o dinheiro vai ter de sair de algum lugar.
Serviços públicos importantes podem perder recursos ou novos impostos terão de ser pensados. Principalmente, porque o brasileiro está vivendo mais e vamos passar mais tempo recebendo a aposentadoria.
Pelas regras atuais, o brasileiro se aposenta com 58 anos, em média. É menos que em países como Itália (62 anos), Grécia (62 anos) e Portugal (66 anos).
Desde que foi confirmado ministro da Fazenda, Henrique Meirelles já falou algumas vezes que a reforma da Previdência é prioridade. O governo criou um grupo de trabalho que vai ter 30 dias para apresentar uma proposta.
Alguns dos sindicalistas que foram ao Palácio do Planalto esta semana para discutir o assunto saíram dizendo que não aceitam que se retire direitos adquiridos dos trabalhadores e que eventuais mudanças só poderiam afetar quem ainda vai entrar no mercado de trabalho.
Ao anunciar a nova equipe econômica, Henrique Meirelles falou sobre o assunto: “Existe um consenso que mais importante é que exista uma Previdência Social que seja sustentável e autofinanciável. O importante é que todos os trabalhadores tenham a garantia de que aquela aposentadoria será paga e cumprida e que o Estado será solvente para cumprir as suas obrigações”.
Meirelles disse que pediu um levantamento sobre como estão os gastos públicos e explicou que medidas para aumentar a eficiência dos gastos do governo serão anunciadas, mas sem pressa.
“A ideia é que tenhamos uma base de dados e uma avaliação dos diversos componentes de despesa pública com precisão, com tranquilidade. Repetindo aquele mantra: ‘vamos devagar que eu tô com pressa’. Isto é, a ideia é nos mover rápido, mas de forma eficaz, sem idas e voltas. Isso é que é importante”, finalizou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
A crise está nas ruas, com brasileiros tentando um trabalho, um emprego. E o ministro da fazenda, Henrique Meirelles, lembrou que, se nenhuma medida for tomada para aumentar a confiança, a taxa de desemprego pode chegar a 14% ao ano.
O ministro da Fazenda montou uma equipe econômica de peso. São profissionais de competência reconhecida e os nomes foram bem recebidos pelo mercado financeiro.
Para a presidência do Banco Central, Ilan Goldfajn tem a missão de manter a inflação sob controle e a estabilidade do sistema financeiro. No ano passado, o governo estourou a meta de inflação.
Na Secretaria de Acompanhamento Econômico, Mansueto de Almeida vai monitorar as contas públicas e apontar o tamanho exato do rombo nas contas do governo.
Já na Secretaria da Previdência, Marcelo Caetano vai atuar nas negociações da reforma da Previdência. Ele participou de reformas anteriores nos governos Fernando Henrique e Lula.
Na Secretaria de Política Econômica, Carlos Hamilton vai trabalhar na formulação de políticas para enfrentar os problemas na economia, depois que o governo conseguir medir o tamanho desse rombo nas contas.
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