Amputação ocorreu após um buraco começar a se abrir no meio do pé da estudante 

Tudo seguia normal na vida da britânica Hannah Moore, até que ela teve duas unhas encravadas. O que parecia ser um problema rotineiro se transformou em um grande pesadelo. Em 2012, depois de meses de desconforto, ela se submeteu a uma pequena cirurgia para desencravar as unhas e voltar a ser feliz. Só que não foi bem assim...
Atualmente com 19 anos, ela passou os últimos 4 em um inferno particular: uma dor insuportável na perna direita, resultado de uma rara síndrome complexa de dor regional. Apesar de nenhum sinal de infecção após a cirurgia, qualquer encostadinha na sua perna gerava dores horríveis. Já a recuperação da perna esquerda foi completa após a unha ter sido desencravada.
A doença acabou evoluindo, e o pé de Hannah começou a ficar preto e com uma escama estranha. Aos poucos, uma bactéria começou a comer a carne do seu pé e não havia muita solução; por isso Hannah resolveu amputar toda a perna e se livrar de seu sofrimento. Ela gastou 5 mil libras nessa cirurgia – algo em torno de 20 mil reais – mesmo com o risco de que a dor poderia continuar no que restasse de sua perna.


Amputação poderia não resolver o problema

"Os últimos três anos têm sido um pesadelo absoluto. É incrível o quanto minha vida mudou apenas por causa de uma unha encravada. E eu não poderia estar mais feliz do que agora que eu tive a minha perna amputada. E eu não estava com medo: estava é bem animada”, explicou a adolescente.

A cirurgia aconteceu em julho deste ano e agora Hannah já começa a pensar no futuro. Antes da amputação, ela era apaixonada por esporte. Agora precisará se adaptar à sua nova condição para voltar a praticar alguma coisa. E ela revela que isso não a desanima. “Mesmo um cobertor sobre a minha perna poderia me levar às lágrimas”, relembra.
Hoje em dia ela está sem nenhuma dor e se recuperando da amputação. O risco maior era de que a dor continuasse, por se tratar de uma síndrome que se origina mesmo de pequenas cirurgias. Apesar dos riscos, Hannah estava disposta a tentar. “Estou finalmente recuperando o tempo perdido e conseguindo colocar a minha vida nos trilhos”, comemora.

Atleta paralímpica

Antes da amputação, a adolescente praticava caratê. Agora, ela está se adaptando à nova vida. Por meses usou uma cadeira de rodas e tem começado a testar pernas protéticas. Entretanto, ela já está treinando para competições como corridas com cadeiras de rodas e ciclismo de mão.

“Espero poder representar a Grã-Bretanha no triatlo dos Jogos Paralímpicos de 2020”, torce. “Agora o céu é o limite e eu não posso esperar para fazer meus sonhos se tornerem uma realidade”, complementa. Segundo os médicos que a acompanham, seu programa é bastante promissor.

De acordo com Amanda Nelson, especialista na doença de Hannah, a síndrome complexa de dor regional é uma doença rara, que envolve tanto a parte neurológica, quanto o sistema vascular, imunológico e nervoso. “É uma condição inflamatória debilitante e incapacitante, que pode ser causada por uma lesão menor, ossos quebrados ou fraturados, cirurgia ou também pode aparecer espontaneamente, sem causa conhecida”, explica Amanda.

Leia também :