O juiz Sergio Moro, da Justiça Federal do Paraná condenou nesta quinta-feira (13) o ex-senador Gim Argello a 19 anos de prisão, inicialmente, em regime fechado em ação no âmbito da Operação Lava Jato, pelos crimes de corrupção, lavagem e obstrução à investigação de organização criminosa.

Argello está preso desde abril, quando a 28ª fase da Lava Jato foi deflagrada. De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, há indícios concretos de que ele solicitou vantagem indevida para evitar que os empreiteiros fossem chamados para depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, em 2014.

“O condenado, ao invés de cumprir com seu dever, aproveitou o poder e oportunidade para enriquecer ilicitamente, dando continuidade a um ciclo criminoso. A prática de crimes por parlamentares, gestores da lei, é especialmente reprovável, mas ainda mais diante de traição tão básica de seus deveres públicos e em um cenário de crescente preocupação com os crimes contra Petrobrás“, disse Moro.
Réus desta ação

-Jorge Afonso Argello (Gim Argello) – ex-senador pelo PTB – 19 anos por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e obstrução à investigação de organização criminosa.

-Jorge Afonso Argello Junior – filho do ex-senador – absolvido

-Paulo César Roxo Ramos – assessor do ex-senador – absolvido

-Valério Neves Campos – ex-secretário-geral da Câmara Legislativa do Distrito Federal – absolvido

-José Aldemário Pinheiro Filho – ex-presidente da construtora OAS

-Roberto Zardi Ferreira – diretor de Relações Institucionais da OAS – absolvido

-Dilson de Cerqueira Paiva Filho – executivo ligado à OAS – absolvido

-Ricardo Ribeiro Pessoa – dono da construtora UTC – 10 anos e seis meses de reclusão por corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

-Walmir Pinheiro Santana – ex-diretor financeiro da UTC – 9 anos, oito meses e 20 dias de reclusão por corrupção, lavagem de dinheiro e obstrução à investigação de organização criminosa.

 Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia é colaborador da Operação Lava Jato e afirmou em audiência que pagou R$ 5 milhões, em forma de contribuição eleitoral para diversos partidos, para que não fosse chamado na CPMI.

“[Aceitei] por causa do meu receio de uma explosão de um assunto tão grave como a CPI da Petrobras. Não preciso lhe dizer onde nós desaguamos“, disse o empresário em depoimento. 

Alvo da 28º fase da Operação Lava Jato ao lado da construtora OAS, o ex-senador Gim Argello (PTB) . Ele é mais um amigo próximo do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), a esbarrar-se com a Justiça. No Senado, Gim Argello era tratado como aliado do governador goiano. Marconi chegou a declarar que o petebista era o quarto senador de Goiás.

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